24 julho 2010

Rally dos Sertões 2010

Antes de continuarmos a nossa viagem pelas Américas, vamos acompanhar o Rally dos Sertões. O Rally este ano sairá de Goiânia, passará por seis Estados e terminará em Fortaleza, percorrendo mais de quatro mil quilômetros.
Já participamos nove vezes competindo na categoria carros, este ano vamos acompanhar de moto, ajudando a nossa equipe.
A partir do dia 09 de agosto, estaremos junto com o pessoal do Rally, enviando as fotos e os textos sobre mais essa aventura....

Abaixo algumas fotos do nosso carro no rally de 2009 .

27 abril 2010

Fotos Costa Rica

Dia 11 – 26/04/2010 - Granada a San Jose

Finalmente chegamos a San Jose, na Costa Rica, disparado o melhor país desde que deixamos o México.
As estradas não são perfeitas, o país é todo formado por montanhas, o que dificulta os traçados das estradas, mas são bem seguras.
Um país bem organizado, limpo e com muitos turistas americanos.
Enquanto dormíamos em Granada(Nicarágua) à 40 km da capital Manágua, la eclodia uma completa desordem institucional.
Bombas, tiros e as fronteiras sendo fechadas no mesmo dia em que deixávamos o país, não podemos reclamar da sorte! Os Sandinistas se opondo as pretesões do presidente Ortega em ficar mais 15 anos no poder, povo brabo!

Encontramos na Costa Rica motorciclistas locais, com BMW, rodando o país e como sempre ofereceram apoio e até hospedagem, realmente formamos uma confraria.
As praias da Costa Rica são bonitas, só bonitas, mas muito aquem da nossa espectativa.
Não vimos nenhum paraiso tropical como no Caribe ou na Costa Brasileira.
As areias são negras e as águas são limpas, porém não são claras.

Apesar de ainda não ser verão o clima é quente demais, além da conta.
Apesar dos vulcões, montanhas, matas, não vimos nenhuma paisagem estonteante.
As motos se comportaram perfeitamente, mesmo expostas a tantos buracos e quebra molas.
Serão necessárias intervenções de manutenção, freios, pneus, óleos, mas de resto tudo 100%.

O melhor da viagem de moto acaba sendo a moto em si, as curvas pela frente, as aceleradas. Rodando tudo fica perfeito, esquecemos o calor, as fronterias, todas as dificuldades.
Na verdade a travessia desses países difíceis, na maior parte, representa apenas desafio, conquista.
O importante acaba sendo algo bem mais simples como as companhias, as amizades, os longos papos ao final dos dias, fosse onde fosse...


Dia 10 - 24/04/2010 – Amatillo a Granada (Nicaragua)

Conseguimos entrar no território de Honduras as 11:30 da manhã, depois de gastos 700 dólares em propinas e assim fomos por todo o país, sendo estorquidos por cada policial, até 170 km depois, quando alcançamos a fronteira com a Nicarágua.
A corrupção em Honduras está crítica, endêmica, os policiais tem esquemas com os agentes aduaneiros e estes com os agentes de imigração, sendo o dinheiro pedido e tomado até na frente das crianças, garantindo a continuidade do atraso.( a extorção é cultural nesse país, eles passam de pai pra filho, como herança).

Após tanta raiva, começamos o dia numa balada calma, cada um remoendo a sua maneira o trauma de um país sem dono.
Aos poucos o ritmo foi aumentando e nas serras da Nicarágua, com curvas bem feitas, pudemos esquecer de vez a manhã negra e curtir nossas motos e a delícia de pilotar uma viagem que já está acabando e parece que só começou.

Honduras não é tão bagunçada como a Guatemala, mas também não tem nada, nem agricultura, nem indústrias e isso fica gritante ao se cruzar a fronterira e achar uma Nicarágua com uma economia em movimento, belas fazendas, cidades com comércio movimentado e algumas indústrias.
Não nos levaram dinheiro na fronteira da Nicarágua, as estradas são boas, sem pista dupla, mas com bons desenhos e um trânsito calmo e organizado.
Rodamos 250 km neste país e o que vimos agradou, bem policiado e bem cuidado.

Cruzamos com um canadense de bicicleta, vindo do Alaska para Ushuaia, sem interrupções, um herói! E muito quente em cima das motos, imaginem pedalando.
Desde o México, em todas as estradas, cruzamos com animais pastando nos acostamentos, parece uma coisa normal na América Central.
Hoje vimos uma caminhonete porrada com um boi em cima.
Costume estranho.

Chegamos a Granada, já no sul da Nicarágua, a 150km da fronteira com a Costa Rica, uma bela cidade e que ainda por cima nos recebeu com um hotel maravilhoso, divinamente decorado num estilo colonial de luxo, boa piscina e bom vinho, quase dava para esquecer os assaltos de Honduras.


23 abril 2010

Dia 9 – 22/04/2010 Escuintla a Amatillio (Honduras)

El Salvador tem um transporte coletivo, no mínimo, bizarro.
Usam caminhonetes, Kia, Nissan, Toyota, com uma armação de canos, da altura de uma pessoa de pe.
Ali, na carroceria, viajam aproximadamente 30 pessoas, todas de pé, mulheres, homens,velhos e crianças, os do centro apertados pelos que estão nas pontas, agarrados aos canos da estrutura.
Acaba aqui as más notícias de El Salvador, claro um país pobre, mas infinitamente mais organizado e civilizado que a Guatemala, não pagamos para cruzar a fronteira.

Dormimos em Escuintla, próximo a Cidade da Guatemala. Optamos por evitar as grandes cidades, que podem facilmente ser conhecidas por avião e ter uma visão geral dos paises, além de que chegamos tarde demais.
Procuramos jantar, mas a cidade fecha as 10 da noite, algo como um toque de recolher, ninguém nas ruas, todas as casas fechadas com portas de aço e grades e a notícia de que e perigoso, melhor se recolher....

Como despedida cruzamos logo cedo com um caminhão descarregando frangos em um restaurante, com escolta armada de fuzis e metralhadoras, problemas de saques...imagina o arsenal que precisaria para descarregar frangos no Madalosso.
O sul da Guatemala e um pouco melhor que o norte, mas mesmo assim foi uma alegria cruzar a fronteira com El Salvador, o visual, a educação, a conduta do povo muda completamente.
Não fomos estorquidos na fronteira.

Apesar de estarmos sob um grande cúmulos nimbus, nossos companheiros de viagem insistiram em tocar e so pararam quando já estávamos molhados, colocamos a roupa de chuva e a chuva parou e então não paravam para tirar.
Viajar de motos são cheiros, sabores e comecei a sentir o cheiro daquele peru de natal da minha mãe, assando, úmido, envolto em papel selofane, nós éramos o peru.

As estradas de El Salvador são otimas, algumas com duas pistas e um trânsito bem racional, passamos ao largo da capital, San Salvador, foi uma pena que os 300km neste país passaram bem rápido e logo ja estávamos na fronteira com Honduras.
Que fronteira!
Chegamos as 2 da tarde e estamos aqui, dormindo na fronteira.
Entre amigos, uns caminhoneiros, um amazonense, o dono da casa com dois filhos e esposa e muita, muita cerveja!
Tudo regado a macarrão com carne moída, uma delícia!

Na verdade não sei porque estamos aqui, acharam um problema, mais outro problema, depois custa 100 dólares e aí o banco fechou, nâo se pode pagar a taxa de 10 dólares e custa mais 100 dólares e afinal não sai, mas a ordem e do governo, brasileiro tem que sofrer, o Lula, disseram, deu asilo ao ladrão do presidente na embaixada, sei lá....

Na verdade estamos gostando, não de Honduras, mas dos novos amigos, diversão simples e boa!
Palavras do Banana # A verdade é que tem uma máxima que diz ( nada e tãoo ruim que não possa piorar) e por incrível que pareça é que hj rimos muito com isso, depois de nos atrasarmos na primeira aduana tentamos tirar o atraso, logo comecou um monte de cidadezinha, a hora que a estrada abriu andamos uns 10 min, e bruuummmmm chuva, he he he, nessa hora agente ja tava encarando como se tivesse lavando a alma e que depois disso, tudo daria certo,,,,,

Até chegar na próxima aduana onde aiiii sim nos literalmente si fuuuuu, eu, mim, Mr Platano como mais cara de pau do grupo fui tentar resolver o nosso problema, depois de muitas horas, fui falar com o chefão, sentei na frente do cara e disse que nos precisávamos chegar na Nicaragua hj ainda pq nos éramos funcionários da BMW e estávamos fazendo uma viagem para comparar a BM com a GOLD WING, (olha o papo) e que teria um evento com os funcionários do mundo todo em Managua (Nicaragua), o cara olhou pra mim e disse, penso que é mais importante a presenca de vcs do que das motos, tem um ônibus que sai às 10, pra Managua, nesse momento foi o meu màximo, olhei pro cara e comecei a chorar (galera chorar mesmo, lágrimas e tudo) e disse que nos 3 iríamos perder o emprego, ai vem o cara de volta com aquele papo auto-ajuda e diz não e por acaso que vcs vão pousar aqui na aduana, que se de repente nóss saíssemos naquela hora poderia acontecer alguma coisa, e mole, depois disso a novela e muito maior e eu conto depois, sai com o nosso (agente aduaneiro) com uma romizeta (triciclo que usam como táxi), vamonos hablar com mi irmano que tiene um amigo da fronteira....... e por ai vai, prox cápitulo.
Amanhã cruzamos Honduras, se os hondurenhos quiserem, e vamos dormir na Nicaragua, dizem que esta fronteira e fácil.o mais engraçado é que os caras aqui tem algum tipo de relógio que diz que 2 ou 3 horas e rapidinho, agora nós entendemos tem uma caminhoneiro aqui a 3 dias, pensa ...
Amanhã tem mais....

Dia 8 - 21/04/2010 – Matias Romero - Escuintla (Guatemala)

DIA DE CÃO !!!!
Sim! Mudamos o título!
O dia de cão! Calor, muito, muito, calor.
A civilização acaba com o México.
Aqui na Guatemala, um Paraguai, bem piorado, vale tudo no trânsito, os caminhões ultrapassam por cima de você, os buracos se sucedem a cada meio metro de pista, pista???.

Todos os carros salvados e ônibus escolares aposentados dos EUA, estão aqui !
Fomos estorquidos na aduana, no posto de gasolina, em todo lugar!
Aqui é o inferno!
Deixamos o hotel logo cedo e pilotamos mais 450km em direção a fronteira sul do México, beirando a costa oeste do país.
O extremo sul, região de Chiapas, é uma região mais pobre, lembrando a zona da mata nordestina.
 
Fomos parados num fechamento de estrada pelos sem terra mexicanos.
Passamos entre os carros até a frente da fila e logo fomos ameaçados por homens e mulheres armados de paus e foices.
Após dez minutos, mais uma vez os mexicanos nos surpreenderam e decidiram que nós, brasileiros, não tínhamos nada com isso e abriram caminho entre as pedras para passarmos, foi nosso último contato com um povo civilizado.

O calor aumenta mesmo após o meio dia, parece o Chaco paraguaio no Rally do Chaco, o mesmo abafado insuportável e ao entrar na Guatemala caimos direto no inferno.
Foram quase quatro horas parados sob um sol escaldante e não haviam outros carros para fazer alfândega além de nós.

Finalmente conseguimos o ingresso na Guatemala após estorquidos em cem dólares cada um.
A partir dai caimos numa estrada que começava e acabava sem aviso prévio, carros velhos e caminhões surgiam de de todos os lados, motos, cavalos, bicicletas, buracos, muitos buracos e para completar choveu....e como não evoluiamos, anoiteceu e agora sim, pense no inferno!

Paramos a 50 km da Cidade da Guatemala, numa cidade chamadaXXX, a primeira decente que encontramos, 200Km após a maldita fronteria.
Nos surpreendemos para melhor com o México e para pior com a Guatemala, não pensamos que algum país nas américas pudesse ser pior que a Guiania ou Paraguai.

Chama atenção as crianças largadas, sem cuidado, não aos poucos, nos sinais, mas todas, o tempo todo.
Tiramos fotos de um menino de cinco anos, vendedor de balas, sem sorrir, nem a pedido.
Tudo isso nos faz pensar na importância de mantermos nossa lucidez, civilidade mínima, educação, trânsito racional.
Lembramos das nossas cidades, algumas sujas igual, loucas igual, que precisamos resgatar, mas ainda racionais e com alguma educação.
De típico, nos 200km de Guatemala rodados, vimos muita cana e bananeiras e aqueles ônibus de filme, muitos deles, com porcos e galinhas amarrados no teto, não tiramos fotos, melhor esquecer...
Até amanhã.. vamos torecendo...